Por Vitória de Góes
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Uma nova subvariante da Covid-19 tem chamado atenção da comunidade médica nas últimas semanas. Denominada como Éris, a EG.5 é uma cepa da Ômicron que em pouco tempo se tornou a mais comum no mundo. No Brasil, o primeiro caso foi identificado no dia 18 de agosto em uma paciente de São Paulo. De acordo com a 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), até o momento não há registro de caso na Zona Sul, mas as autoridades seguem monitorando.

A coordenadora da 3ª CRS, Milena Pinto Hoffmann, explica que atualmente há seis linhagens de Covid-19 circulando no Rio Grande do Sul. "Estamos trabalhando muito para que os serviços garantam as coletas de amostras de casos sintomáticos para pesquisa por RT-PCR de todos os vírus respiratórios, conforme preconiza o atual protocolo. Ainda não temos identificação da circulação da nova variante no Estado e região", tranquiliza.

Os sintomas identificados em pacientes com a Éris são os mesmos já conhecidos em outros casos de coronavírus: espirros, coriza, tosse seca e contínua, e febre. Dessa forma, para evitar contágio, o Ministério da Saúde segue recomendando o uso de máscaras, a higienização das mãos com álcool 70% ou água e sabão, a ventilação, limpeza e desinfecção de ambientes e o isolamento dos casos confirmados.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até o momento a subvariante não demonstrou causar quadros mais graves em relação a outras variantes. Mas Milena destaca que o coronavírus ainda é o responsável pela maioria da incidência dos casos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

"Também temos circulação e até óbitos relacionados à infecção por vírus influenza, por H1N1 (agravamentos bem evidenciados em pessoas sem atualização vacinal para gripe por FLU), especialmente em idosos e casos com comorbidades", reforça.

Vacinação
Apesar da variante Éris demonstrar ser mais contagiosa, até o momento, de acordo com boletim da OMS, o risco da variante à saúde pública é avaliado como baixo em nível global. Uma das explicações está na vacinação, já que os imunizantes disponíveis seguem sendo a melhor forma de prevenção de quadros graves de Covid-19.

Em Pelotas, até a última quinta-feira, haviam sido aplicadas 992.035 doses, entre a primeira e a D4, referentes às vacinas monovalentes. Já a dose bivalente, cuja campanha iniciou em fevereiro, teve 68.310 doses aplicadas até então. Um resultado baixo, o equivalente a 21% da população de 325 mil pessoas.

Outro exemplo de baixa aplicação é Rio Grande. A cidade de pouco mais de 200 mil habitantes só aplicou 46.304 doses da vacina bivalente. Ou seja, apenas 21,85% da população está devidamente protegida contra o vírus.

Segundo a enfermeira que coordena o núcleo de imunizações na região, Lusiana de Lima Loroza, após a vacina bivalente não há aplicação de reforço, portanto, até o momento, o esquema vacinal se encerra.

Síndromes gripais
No último mês, os casos de síndromes gripais causadas por outros vírus como influenza e H1N1 também têm aumentado a procura por atendimento médico. Milena Pinto, coordenadora da 3ª CRS, explica que "os vírus têm se manifestado inclusive em coinfecção com mais de um deles".

Em crianças, o vírus sincicial respiratório (VSR) também tem tido alta circulação, inclusive sendo causa de elevada demanda de internação e casos graves. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, até esta sexta no Pronto-Socorro de Pelotas havia sete pacientes aguardando internação por problemas respiratórios, um paciente na emergência e oito em observação.

A SMS destaca que a procura pela vacinação contra a Influenza também está baixa. Neste ano foram aplicadas pouco mais de 92 mil doses, sendo que a imunização do público alvo - gestantes, idosos, puérperas, trabalhadores da saúde e professores - está em 46,26%.